quarta-feira, 4 de abril de 2012

A lista dos acusados de tortura

Dos papéis de Luiz Carlos Prestes consta um relatório do Envie essa matéria para um amigo

  • O acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva, Maria Prestes, ao Arquivo Nacional, traz entre  cartas trocadas com os filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes momentos da história política do Brasil. Entre eles, o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, datado de fevereiro de 1976.
     
    Neste período Prestes vivia exilado na União Soviética e, como o documento não revela quem são os membros deste Comitê, não se pode afirmar que o líder comunista tenha participado da elaboração do relatório. De qualquer forma, é curioso encontrá-lo entre seus papéis pessoais.
     
    O documento é dividido em seis capítulos, entre eles estão “Mais desaparecidos”, “Novamente a farsa dos suicídios”, “O braço clandestino da repressão” e “Identificação dos torturadores”, que traz uma lista de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. Esta lista foi elaborada em 1975, por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal. Na ocasião, o documento foi enviado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”. Segundo o periódico, “na época em que foi escrito, o documento não teve grandes repercussões, apenas alguns jornais resumiram a descrição dos métodos de tortura”. O Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra é o primeiro da lista de torturadores, segundo o relatório. A Revista de História tentou ouvi-lo, mas segundo sua esposa, Joseita Ustra, ele foi orientado pelo advogado a não dar entrevista. “Tudo que ele tinha pra dizer está no livro dele”, diz ela, referindo-se à publicação “A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça” (Editora Ser, 2010).
     
    A repercussão da lista em 1978
     
    A Revista de Históriaconversou com um jornalista que integrava a equipe do “Em Tempo”.  Segundo a fonte – que prefere não ser identificada – a redação tinha um documento datilografado por presos políticos. Era uma “xerox” muito ruim do texto, reproduzido em uma página A4. Buscando obter mais informações sobre o documento, os jornalistas chegaram ao livro “Presos políticos brasileiros: acerca da repressão fascista no Brasil” (Edições Maria Da Fonte, 1976, Portugal). Depois desta lista, o “Em Tempo” publicou mais duas relações de militares acusados de cometerem tortura.
     
    Na época, a tiragem do semanário era de 20 mil exemplares, rapidamente esgotada nas bancas, batendo o recorde do jornal. A publicação fechou o tempo para o jornal, que sofreu naquela semana dois atentados. A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada. Na parede, os vândalos deixaram a marca em spray “Os 233”. O outro atentado aconteceu na sucursal de Belo Horizonte: colocaram ácido nas máquinas de escrever. Na capital mineira, a repercussão foi maior porque os militantes de esquerda saíram em protesto a favor do jornal. O próprio “Em Tempo” publicou esses dois casos, com fotos.
     
    Os autores da lista
     
    As assinaturas dos 35 que assumem a autoria também foram publicadas no “Em Tempo”. Hamilton Pereira da Silva é um deles.  O poeta – conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra e hoje Secretário de Cultura do Distrito Federal – fez questão de conversar com a Revista de História sobre o assunto, afirmando que a lista não foi fechada em conjunto. Os nomes e funções dos torturadores do documento teriam sido informados pelas vítimas da violência militar em momentos distintos de suas vidas durante o cárcere.
     
    “Essas informações saíam dos presídios por meio de advogados ou familiares. A esquerda brasileira, neste período, não era unida, era formada por vários grupos isolados, que não tinham muito contato entre si por causa da repressão”, conta Tierra. “Quando a lista foi publicada no ‘Em Tempo’, eu já estava em liberdade. Sei que colaborei com dois nomes: o major, hoje reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o capitão Sérgio dos Santos Lima – que torturava os presos enquanto ouvia música clássica”.
     
    Hamilton lembra ainda que, após a publicação da lista no periódico, a direita reagiu violentamente realizando ataques a bomba em bancas de jornal e até uma bomba na OAB, além de ameaças à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
     
    Em 1985, já em tempos de abertura política, a equipe do projeto Brasil: Nunca mais divulgou uma lista de 444 nomes ou codinomes de acusados por presos políticos de serem torturadores. Organizado pela Arquidiocese de São Paulo, o trabalho se baseou em uma pesquisa feita em mais de 600 processos dos arquivos do Superior Tribunal Militar de 1964 a 1979. Os documentos estão digitalizados e disponíveis no site do Grupo Tortura Nunca Mais.
     
    Entre os autores da lista de acusados de tortura feita em 1975, além de Hamilton Pereira da Silva, estão outros ex-presos políticos que também assumem cargos públicos, como José Genoino Neto, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e criador da comissão da verdade. Os outros autores da lista são: Alberto Henrique Becker, Altino Souza Dantas Júnior, André Ota, Antonio André Camargo Guerra, Antonio Neto Barbosa, Antonio Pinheiro Salles, Artur Machado Scavone, Ariston Oliveira Lucena, Aton Fon Filho, Carlos Victor Alves Delamonica, Celso Antunes Horta, César Augusto Teles, Diógenes Sobrosa, Elio Cabral de Souza, Fabio Oascar Marenco dos Santos, Francisco Carlos de Andrade, Francisco Gomes da Silva, Gilberto Berloque, Gilney Amorim Viana,Gregório Mendonça, Jair Borin, Jesus Paredes Soto, José Carlos Giannini, Luiz Vergatti, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Manoel Porfírio de Souza, Nei Jansen Ferreira Jr., Osvaldo Rocha, Ozeas Duarte de Oliveira, Paulo Radke, Pedro Rocha Filho, Reinaldo Moreno Filho e Roberto Ribeiro Martins.
     
    A seguir, a reprodução de parte do “Relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, com as páginas que trazem os 233 nomes dos acusados de praticarem tortura direta ou indiretamente.









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      Ditadura

      30.12.2011 14:51

      Revista publica lista com nomes de torturadores


      Revista de História da Biblioteca Nacional publicou lista com 233 nomes de torturadores do regime militar. Foto: Agência O Globo
      A Revista de História da Biblioteca Nacional brasileira publicou na quinta-feira 29 uma lista com 233 nomes de torturadores do regime militar. O documento, que faz parte do acervo do ex-senador comunista Luiz Carlos Prestes, foi compilado por 35 presos políticos do Presídio da Justiça Militar em 1975.
      Entre os que elaboraram a lista estão Hamilton Pereira da Silva, poeta e atualmente Secretário de Cultura do Distrito Federal, José Genoino, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos.
      O primeiro nome a aparecer no documento de militares e policiais acusados de cometer tortura durante o regime ditatorial é o do Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra.
      Leia mais:
      A vitória da direita: a pós-política
      Torturem à vontade 
      Comissão da Verdade e responsabilização criminal

      Vergonha brasileira
      À sombra da ditadura
      Em 1978, a mesma lista foi publicada pelo jornal Em Tempo, que esgotou as tiragens de 20 mil cópias, segundo o site da Revista de História. Depois da divulgação do documento, e de outras duas relações de militares acusados do mesmo crime, o jornal sofreu dois atentados.
      A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada com a marca “Os 233”. No prédio de Belo Horizonte, as máquinas de escrever da redação foram ensopadas em ácido.

       
      Fonte:



      Documento traz lista de 233 torturadores feita por presos políticos em 1975

      05/01/2012

      0

      A lista dos acusados de tortura


      Dos papéis de Luiz Carlos Prestes consta um relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, de 1976. O documento traz uma lista de 233 torturadores feita por presos políticos em 1975


      O acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva, Maria Prestes, ao Arquivo Nacional, traz entre  cartas trocadas com os filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes momentos da história política do Brasil. Entre eles, o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, datado de fevereiro de 1976.

      Neste período Prestes vivia exilado na União Soviética e, como o documento não revela quem são os membros deste Comitê, não se pode afirmar que o líder comunista tenha participado da elaboração do relatório. De qualquer forma, é curioso encontrá-lo entre seus papéis pessoais.

      O documento é dividido em seis capítulos, entre eles estão “Mais desaparecidos”, “Novamente a farsa dos suicídios”, “O braço clandestino da repressão” e “Identificação dos torturadores”, que traz uma lista de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. Esta lista foi elaborada em 1975, por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal. Na ocasião, o documento foi enviado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”. Segundo o periódico, “na época em que foi escrito, o documento não teve grandes repercussões, apenas alguns jornais resumiram a descrição dos métodos de tortura”.

      O Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra é o primeiro da lista de torturadores, segundo o relatório. A Revista de História tentou ouvi-lo, mas segundo sua esposa, Joseita Ustra, ele foi orientado pelo advogado a não dar entrevista. “Tudo que ele tinha pra dizer está no livro dele”, diz ela, referindo-se à publicação “A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça” (Editora Ser, 2010).

      A repercussão da lista em 1978

      A Revista de Históriaconversou com um jornalista que integrava a equipe do “Em Tempo”.  Segundo a fonte – que prefere não ser identificada – a redação tinha um documento datilografado por presos políticos. Era uma “xerox” muito ruim do texto, reproduzido em uma página A4. Buscando obter mais informações sobre o documento, os jornalistas chegaram ao livro “Presos políticos brasileiros: acerca da repressão fascista no Brasil” (Edições Maria Da Fonte, 1976, Portugal). Depois desta lista, o “Em Tempo” publicou mais duas relações de militares acusados de cometerem tortura.

      Na época, a tiragem do semanário era de 20 mil exemplares, rapidamente esgotada nas bancas, batendo o recorde do jornal. A publicação fechou o tempo para o jornal, que sofreu naquela semana dois atentados. A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada. Na parede, os vândalos deixaram a marca em spray “Os 233”. O outro atentado aconteceu na sucursal de Belo Horizonte: colocaram ácido nas máquinas de escrever. Na capital mineira, a repercussão foi maior porque os militantes de esquerda saíram em protesto a favor do jornal. O próprio “Em Tempo” publicou esses dois casos, com fotos.

      Os autores da lista

      As assinaturas dos 35 que assumem a autoria também foram publicadas no “Em Tempo”. Hamilton Pereira da Silva é um deles.  O poeta – conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra e hoje Secretário de Cultura do Distrito Federal – fez questão de conversar com a Revista de História sobre o assunto, afirmando que a lista não foi fechada em conjunto. Os nomes e funções dos torturadores do documento teriam sido informados pelas vítimas da violência militar em momentos distintos de suas vidas durante o cárcere.

      “Essas informações saíam dos presídios por meio de advogados ou familiares. A esquerda brasileira, neste período, não era unida, era formada por vários grupos isolados, que não tinham muito contato entre si por causa da repressão”, conta Tierra. “Quando a lista foi publicada no ‘Em Tempo’, eu já estava em liberdade. Sei que colaborei com dois nomes: o major, hoje reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o capitão Sérgio dos Santos Lima – que torturava os presos enquanto ouvia música clássica”.

      Hamilton lembra ainda que, após a publicação da lista no periódico, a direita reagiu violentamente realizando ataques a bomba em bancas de jornal e até uma bomba na OAB, além de ameaças à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

      Em 1985, já em tempos de abertura política, a equipe do projeto Brasil: Nunca mais divulgou uma lista de 444 nomes ou codinomes de acusados por presos políticos de serem torturadores. Organizado pela Arquidiocese de São Paulo, o trabalho se baseou em uma pesquisa feita em mais de 600 processos dos arquivos do Superior Tribunal Militar de 1964 a 1979. Os documentos estão digitalizados e disponíveis no site do Grupo Tortura Nunca Mais.
      Entre os autores da lista de acusados de tortura feita em 1975, além de Hamilton Pereira da Silva, estão outros ex-presos políticos que também assumem cargos públicos, como José Genoino Neto, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e criador da comissão da verdade. Os outros autores da lista são: Alberto Henrique Becker, Altino Souza Dantas Júnior, André Ota, Antonio André Camargo Guerra, Antonio Neto Barbosa, Antonio Pinheiro Salles, Artur Machado Scavone, Ariston Oliveira Lucena, Aton Fon Filho, Carlos Victor Alves Delamonica, Celso Antunes Horta, César Augusto Teles, Diógenes Sobrosa, Elio Cabral de Souza, Fabio Oascar Marenco dos Santos, Francisco Carlos de Andrade, Francisco Gomes da Silva, Gilberto Berloque, Gilney Amorim Viana,Gregório Mendonça, Jair Borin, Jesus Paredes Soto, José Carlos Giannini, Luiz Vergatti, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Manoel Porfírio de Souza, Nei Jansen Ferreira Jr., Osvaldo Rocha, Ozeas Duarte de Oliveira, Paulo Radke, Pedro Rocha Filho, Reinaldo Moreno Filho e Roberto Ribeiro Martins.

      A lista pode ser vista no site da Revista de História no qual foi extraída essa matéria

      Alice Melo e Vivi Fernandes de Lima

      Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br



      Vida Pública

      Quarta-feira, 04/04/2012
       /
      Herança da ditadura

      Lista de torturadores causa pouca comoção

      Repercussão fraca sobre a divulgação do acervo da viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes mostra que país já não se abala tanto com os crimes políticos
      1
      Publicado em 05/02/2012 | Rogerio Waldrigues Galindo

      A divulgação de uma lista com nomes de 233 supostos torturadores que teriam agido durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) causou algum barulho nos últimos dias de 2011. Alguns militares da re­­­­serva estrilaram. Membros de organizações de direitos hu­­­­manos se pronunciaram. Mas não houve maiores repercussões. Isso mesmo se tratando de uma lista elaborada pelos próprios torturados – 35 integrantes do antigo PCdoB fizeram a relação.

      Os papéis faziam parte do acervo pessoal de Luís Carlos Prestes (1898-1990), principal líder socialista do país no século 20, e foram divulgados depois que sua viúva, Maria Prestes, decidiu doá-los ao Arquivo Nacional, em dezembro. A Revista de História, da Biblioteca Nacional, fez uma série de reportagens sobre o material em sua edição de janeiro e publicou os 233 nomes.
      Lista do PCdoB com nomes de supostos torturadores
      A lista do PCdoB tem 233 nomes de pessoas que teriam praticado tortura durante o regime militar.
      Veja a lista na íntegra.
      Integrantes do PCdoB vazaram nomes em 1975
      A lista doada pela viúva de Luis Carlos Prestes ao Arquivo Na­­­­cional foi organizada por 35 integrantes do PCdoB em 1975. Presos, eles vazavam os nomes para fora das cadeias e delegacias. Em 1978, o documento chegou a ser publicado em um jornal semanal da esquerda, o Em Tempo. Agora, os documentos estão disponíveis para o público.
      De acordo com Narciso Pires, do grupo Tortura Nunca Mais Paraná, a lista de torturadores foi construída num momento em que o presidente Ernesto Geisel começava o longo processo de transição para a democracia – mas em um período em que muitos militares da “linha dura” queriam aumentar o terror contra a esquerda, para dizer que ainda havia o perigo do comunismo e para justificar a ditadura.
      “Em 1975, ainda tivemos grandes operações de prisão por motivos políticos, como a Ope­­­ração Bangui e a Operação Bar­­­riga Verde. E a tortura nas instituições do Estado ainda era muito comum”, conta ele, que foi presidente do Comitê Bra­­­sileiro pela Anistia e que também foi preso e torturado.
      Censura
      O coronel Geraldo Cavagnari, que na época fazia parte do Estado-Maior das Forças Arma­­­das, diz que lembra da divulgação da lista e, principalmente, dos esforços para que ela não fosse publicada em veículos de maior circulação. “Na época a repercussão teria sido mais forte. Só não existiu porque não deixaram publicar”, conta.
      Segundo Vivi Fernandes, edi­­­tora da Revista de História, da Biblioteca Nacional, a decisão de publicar a lista na íntegra no site teve como base o fato de os papéis já estarem sendo encaminhados ao Arquivo Nacional, e portanto se tornarem públicos. “A reclamação de que a publicação partiu de um órgão do governo não procede. A revista é mantida por uma sociedade de amigos da biblioteca”, diz.
      A lista da dor
      A lista do PCdoB tem 233 nomes de pessoas que teriam praticado tortura durante o regime militar. Os primeiros 60, segundo os denunciantes, são aqueles de que se sabia o nome e função completos e que participaram diretamente das sessões em que eles foram vítimas. Do 61 ao 151 estão os nomes de quem os torturados tinham menos informações, mas que também teriam participação direta na tortura dos denunciantes. Do 152 em diante, são nomes de pessoas que trabalhavam nas instituições e que não participaram diretamente da tortura dos denunciantes. A maior parte é do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) e do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP).
      A reação dos militares se li­­­mi­­­tou à manifestação de alguns oficiais reformados. O general Clóvis Bandeira, vice-presidente do Clube Militar, criticou a postura da revista, por ser ligada a um órgão público, a Biblioteca Nacional. “Não deixa dúvida de que lado está o órgão público”, disse. O presidente da Asso­­­ciação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil, coronel Abel­­­­mídio Sá Ribas, disse que a situação criava “um conflito gratuito”. Mas foi só.
      Especialistas afirmam que a ausência de maiores confrontos entre os militares (incluindo os acusados de tortura) e representantes da esquerda ou de movimentos de direitos humanos mostra que, com o passar do tempo, os ânimos em torno do regime militar arrefeceram. Em parte porque a Lei da Anistia acabou com a possibilidade de punição a quem cometeu crimes políticos. Em parte porque muito tempo já se passou desde o auge da ditadura, e as novas gerações não estariam preocupadas com o tema.
      Comodismo
      A discordância, porém, é sobre o que isso significa para o país. Há quem acredite que esquecer os crimes do regime militar seja o melhor para o Brasil. Há quem pense, por outro lado, que isso faz parte de um processo de acomodação que não tem apenas aspectos positivos.
      O coronel da reserva Geraldo Cavagnari, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, por exemplo, diz que não é prudente arriscar a estabilidade já obtida. “É muito cedo para falar nisso. Essa lista não trouxe grandes novidades. Mas quando você começa a mexer na superfície, sempre pode encontrar algo em uma camada inferior. E nem sempre isso é bom”, diz.
      Por outro lado, lembra o cientista político Adriano Codato, da Universidade Federal do Paraná, a tranquilidade do país com a divulgação de uma lista de torturadores mostra que o Brasil reage com intensidade bem menor a crimes políticos do que ocorre na vizinha Argentina, por exemplo. “Lá existe o que eles chamam de ‘escracho’. Se alguém cometeu crimes políticos, a po­­pulação marca em cima, atormenta a pessoa para deixar claro o repúdio”, diz.
      Octaciano Nogueira, cientista político da Universidade de Brasília, concorda que falta ao brasileiro a passionalidade sobre o tema. “O tempo ameniza a animosidade em torno desses fatos”, diz. Isso faz crer que outras revelações que vem à tona em relação à ditadura, com o início dos trabalhos da Comissão da Ver­­­dade, por exemplo, não deverão ameaçar a tranquilidade do país. “Cada vez os grupos envolvidos nessa discussão são mais restritos”, afirma.


       Fonte:



      Lista de torturadores durante a ditadura militar está disponível no Arquivo Nacional

      3/1/2012 9:10,  Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
      tortura
      As cenas de tortura a prisioneiros do regime eram comuns durante a ditadura militar
      O Arquivo Nacional recebeu, nesta terça-feira, a documentação do acervo de Luiz Carlos Prestes que traz uma lista com 233 nomes de torturadores feita por 35 presos políticos, em 1975, durante a ditadura militar. O acervo pessoal, que será entregue no dia em que Prestes completaria 114 anos, estava sob custódia da viúva dele, Maria Prestes. A cerimônia de doação do acervo ocorrerá a partir das 15h na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
      A lista com os 233 nomes foi elaborada por presos políticos de São Paulo durante uma reunião do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil. A lista é parte de um documento – datilografado – chamado de Relatório da 4ª Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, datado de 1976.
      Em entrevista a jornalistas, Ivan Seixas, ex-preso político e integrante do Núcleo de Preservação da Memória Política, destacou a importância dessa relação de nomes para a história do país.
      – Esse é um documento vivo porque foi escrito na época em que as pessoas estavam sendo torturadas e assassinadas ou desaparecendo. As pessoas que estavam presas tinham o compromisso de denunciar os autores e os crimes desses torturadores. Quem está assinando esse documento foi torturado – disse.
      De acordo com Seixas, muitas das informações que constam no documento foram mais tarde complementadas.
      – Uma boa parte (da lista) era apenas apelidos. Depois se fez um cruzamento de informações e se conseguiu chegar ao nome completo dos torturadores – contou.
      Nessa lista, Seixas conseguiu identificar várias pessoas que o torturaram durante a ditadura militar.
      – Aqui tem vários nomes de pessoas que trazem péssimas lembranças. Mas é um dever nosso denunciar e dar os nomes principalmente para que as famílias saibam que ele é um torturador – disse.
      Segundo ele, na lista há também os nomes dos torturadores da presidenta da República, Dilma Rousseff. A expectativa de Seixas é de que essa relação de nomes também sirva para ajudar a punir os torturadores.
      – Acho que é uma obrigação se fazer uma condenação porque o Estado Democrático de Direito não pode ter pessoas acima da lei. Não é uma questão de vingança, é uma questão de justiça. Os policiais que hoje por ventura queiram torturar precisam saber que isso não vai ficar impune. Se você deixa impune, com que moral você condena um torturador hoje? – questiona.
      Segundo o Arquivo Nacional, o acervo doado é composto por documentos escritos e iconográficos, produzidos ou acumulados pelo casal Maria e Luiz Carlos Prestes entre as décadas de 1970 e 1990. Entre os documentos estão também correspondências trocadas entre Prestes e parentes, amigos e líderes políticos de várias nacionalidades; aulas e textos referentes ao Partido Comunista Brasileiro. Há também documentos que registram o empenho de Prestes, no período em que ele esteve exilado em Moscou, na década de 70, em denunciar à comunidade internacional a tortura e os assassinatos que eram praticados no Brasil à época.
      O acervo doado pela viúva de Prestes vai receber primeiramente um tratamento e só então estará disponível ao público. Segundo a assessoria do Arquivo Nacional, ainda não há uma data para que o material sobre a tortura seja disponibilizado.


       



      1 de abril de 2012 às 15:39

      Lista dos 233 torturadores feita por presos políticos de 1975

      por Alice Melo e Vivi Fernandes de Lima, no blog do Grupo de Estudos e Arquivos Hanna Arendt, sugestão de Laurita Salles
      O acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva, Maria Prestes, ao Arquivo Nacional [isso aconteceu em janeiro de 2012] , traz entre cartas trocadas com os filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes momentos da história política do Brasil. Entre eles, o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, datado de fevereiro de 1976.
      Neste período Prestes vivia exilado na União Soviética e, como o documento não revela quem são os membros deste Comitê, não se pode afirmar que o líder comunista tenha participado da elaboração do relatório. De qualquer forma, é curioso encontrá-lo entre seus papéis pessoais.
      O documento é dividido em seis capítulos, entre eles estão “Mais desaparecidos”, “Novamente a farsa dos suicídios”, “O braço clandestino da repressão” e “Identificação dos torturadores”, que traz uma lista de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. Esta lista foi elaborada em 1975, por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal. Na ocasião, o documento foi enviado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”. Segundo o periódico, “na época em que foi escrito, o documento não teve grandes repercussões, apenas alguns jornais resumiram a descrição dos métodos de tortura”. O Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra é o primeiro da lista de torturadores, segundo o relatório. A Revista de História tentou ouvi-lo, mas segundo sua esposa, Joseita Ustra, ele foi orientado pelo advogado a não dar entrevista. “Tudo que ele tinha pra dizer está no livro dele”, diz ela, referindo-se à publicação “A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça” (Editora Ser, 2010)
      A repercussão da lista em 1978
      A Revista de Históriaconversou com um jornalista que integrava a equipe do “Em Tempo”. Segundo a fonte – que prefere não ser identificada – a redação tinha um documento datilografado por presos políticos. Era uma “xerox” muito ruim do texto, reproduzido em uma página A4. Buscando obter mais informações sobre o documento, os jornalistas chegaram ao livro “Presos políticos brasileiros: acerca da repressão fascista no Brasil” (Edições Maria Da Fonte, 1976, Portugal). Depois desta lista, o “Em Tempo” publicou mais duas relações de militares acusados de cometerem tortura.
      Na época, a tiragem do semanário era de 20 mil exemplares, rapidamente esgotada nas bancas, batendo o recorde do jornal. A publicação fechou o tempo para o jornal, que sofreu naquela semana dois atentados. A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada. Na parede, os vândalos deixaram a marca em spray “Os 233”. O outro atentado aconteceu na sucursal de Belo Horizonte: colocaram ácido nas máquinas de escrever. Na capital mineira, a repercussão foi maior porque os militantes de esquerda saíram em protesto a favor do jornal. O próprio “Em Tempo” publicou esses dois casos, com fotos.
      Os autores da lista
      As assinaturas dos 35 que assumem a autoria também foram publicadas no “Em Tempo”. Hamilton Pereira da Silva é um deles. O poeta – conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra e hoje Secretário de Cultura do Distrito Federal – fez questão de conversar com a Revista de História sobre o assunto, afirmando que a lista não foi fechada em conjunto. Os nomes e funções dos torturadores do documento teriam sido informados pelas vítimas da violência militar em momentos distintos de suas vidas durante o cárcere.
      “Essas informações saíam dos presídios por meio de advogados ou familiares. A esquerda brasileira, neste período, não era unida, era formada por vários grupos isolados, que não tinham muito contato entre si por causa da repressão”, conta Tierra. “Quando a lista foi publicada no ‘Em Tempo’, eu já estava em liberdade. Sei que colaborei com dois nomes: o major, hoje reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o capitão Sérgio dos Santos Lima – que torturava os presos enquanto ouvia música clássica”.
      Hamilton lembra ainda que, após a publicação da lista no periódico, a direita reagiu violentamente realizando ataques a bomba em bancas de jornal e até uma bomba na OAB, além de ameaças à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
      Em 1985, já em tempos de abertura política, a equipe do projeto Brasil: Nunca mais divulgou uma lista de 444 nomes ou codinomes de acusados por presos políticos de serem torturadores. Organizado pela Arquidiocese de São Paulo, o trabalho se baseou em uma pesquisa feita em mais de 600 processos dos arquivos do Superior Tribunal Militar de 1964 a 1979. Os documentos estão digitalizados e disponíveis no site do Grupo Tortura Nunca Mais.
      Entre os autores da lista de acusados de tortura feita em 1975, além de Hamilton Pereira da Silva, estão outros ex-presos políticos que também assumem cargos públicos, como José Genoino Neto, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e criador da comissão da verdade. Os outros autores da lista são: Alberto Henrique Becker, Altino Souza Dantas Júnior, André Ota, Antonio André Camargo Guerra, Antonio Neto Barbosa, Antonio Pinheiro Salles, Artur Machado Scavone, Ariston Oliveira Lucena, Aton Fon Filho, Carlos Victor Alves Delamonica, Celso Antunes Horta, César Augusto Teles, Diógenes Sobrosa, Elio Cabral de Souza, Fabio Oascar Marenco dos Santos, Francisco Carlos de Andrade, Francisco Gomes da Silva, Gilberto Berloque, Gilney Amorim Viana,Gregório Mendonça, Jair Borin, Jesus Paredes Soto, José Carlos Giannini, Luiz Vergatti, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Manoel Porfírio de Souza, Nei Jansen Ferreira Jr., Osvaldo Rocha, Ozeas Duarte de Oliveira, Paulo Radke, Pedro Rocha Filho, Reinaldo Moreno Filho e Roberto Ribeiro Martins.
      A seguir, a reprodução de parte do “Relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, com os 233 nomes dos acusados de praticarem tortura direta ou indiretamente:
      RELATÓRIO DA IV REUNIÃO ANUAL DO COMTÊ DE SOLIDARIEDADE AOS REVOLUCIONÁRIOS DO BRASIL
      LISTA DE TORTURADORES
      MAJOR DE INFANTARIA DO EXÉRCITO CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA, “DR. TIBIRIÇA” – comandante do CODI/DOI (OBAN) no período 1970/74. Atualmente é tenente-coronel na 9ª RN Campo Grande.
      CAPITÃO DE ARTILHARIA DO EÉRCITO BENONI DE ARRUDA ALBERNAZ – Chefe da Equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN)  no período de 1969/71. Anteriormente serviu no 2º Ccan 90.
      CAPITÃO DE EXÉRCITO ÍTALO ROLIM – chefe de equipe de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1971. Professor da Fundação Getúlio Vargas. Anteriormente serviu no 4º BI.
      TENENTE-CORONEL DO EXÉRCITO VALDIR COELHO – comandante do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/70. Posteriormente esteve no comando do BEC de Pindamonhangaba.
      CAPITÃO DE INTENDÊNCIA DO EXÉRCITO DALMO LUIZ CIRILO, “MAJOR  HERMENEGILDO”, “LICIO”, “GARCIA” – atual comandante do CODI/DOI (OBAN) no período de 69/71. Anteriormente serviu no 4º BI. Estudou, em 1970, no Instituto de História e Geografia da USP.
      CAPITÃO DE INFNATARIA DO EXÉRCITO MAURÍCIO LOPES LIMA – chefe de equipe de busca e orientador de interrogatórios do CODI/DOI (OBAN). Foi subcomandante deste destacamento no período de 1969/74. Hoje é major.
      MAJOR DO EXÉRCITO INOCÊNCIO FABRÍCIO BELTRÃO – CODI/DOI (OBAN) em 1969. Desempenhava a tarefa de oficial de ligação entre a 2ª  Seção do Exército e o CODI/DOI. Posteriormente foi Assessor Militar da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
      CAPITÃO DE ARTILHARIA  DO EXÉRCITO HOMERO CÉSAR MACHADO – chefe da Equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/1970.
      CAPITÃO DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO FRANCISCO ANTOINO COUTINHO DA SILVA – equipe de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/70. Atualmente é major. Foi comandante da Polícia Rodoviária do Estado de SP em 1973.
      TENENTE DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO DEVANIR ANTOINO DE CASTRO QUEIROZ, “BEZERRA” – coordenação das equipes de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1970/1973.  Atualmente é major.
      SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO BORDINI, “AMERICANO”, “RISADINHA” – Equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/71. Equipe de busca desde 1971.
      DELEGADO DE POLÍCA OTÁVIO GONÇALVES MOREIRA JUNIOR, “VAREJEIRA”, “OTAVINHO” – delegado do DOEPS/SP comissionado no CODI/DOI (OBAN) desde 1969 até 25 de fevereiro de 1973. Era da coordenação geral das investigações e participava dos interrogatórios. Pertenceu ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e à Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP).
      ADERVAL MONTEIRO, “CARIOCA” – Equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72. No segundo semestre de 1972 foi transferido para o DEOPS/SP.
      AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL MAURÍCIO JOSÉ DE FREITAS, “LUNGA”, “LUNGARETI” – Equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/71. Carcereiro no período de 1972/74.
      INVESTIGADOR PAULO ROSA, “PAULO BEXIGA” – Equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/70.
      INVESTIGADOR PEDRO RAMIRO, “TENENTE RAMIRO” – Equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) desde 1969. Tem uma âncora tatuada num dos braços.
      DELEGADO DE POLÍCIA DAVI DOS SANTOS ARAÚJO, “CAPITÃO LISBOA” – Equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN)  no período de 1970; em meados de 1971 passou à equipe de busca. Atualmente lotado numa delegacia na zona sul da cidade de São Paulo.
      DELEGADO DE POLÍCIA ANTONIO VILELA – equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      PRIMEIRO TENENTE DO CORPO DE BOMBEIROS DA PM DE SP EDSON FARORO – “BOMBEIRO” – da Equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1970.
      DELEGADO DE POLÍCIA CLEYDE GAIA – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP desde 1970.
      DELEGADO DE POLÍCIA ALCIDES SINGILIO – da Delegacia de Ordem Social o DEOPS/SP no período de 1970/75.
      INVESTIGADOR HENRIQUE PERRONE – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP. Chefe dos Investigadores da equipe do delegado Fleury desde 1969.
      DELEGADO DE POLÍCIA JOSECYR CUOCO – chefe de equipe de interrogatório da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP desde 1970.
      DELEGADO DE POLÍCIA EDSEL MAGNOTTI – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP desde 1969.
      DELEGADO DE POLÍCIA PIRNINIANO PACHECO NETO – da Delegaria de Ordem Social do DEOPS/SP em 1969.
      DELEGADO DE POLÍCIA RAUL FERREIRA, “PUDIM” – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP no período de 1969/70. É tido como membro do Esquadrão da Morte.
      ESCRIVÃO AMUEL PEREIRA BORBA – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP no período de 1969/71.
      INVESTIGADOR AMADOR NAVARRO PARRA, “PARRINHA” – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP no período de 1969/72.
      INVESTIGADOR JOSÉ CAMPOS CORREA FILHO, “CAMPÃO” – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1969/70. É tido como membro do esquadrão da morte.
      INVESTIGADOR JOÃO CARLOS TRALLI – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP desde 1969. É tido como membro do esquadrão da morte.
      INVESTIGADOR ANTONIO LÁZARO CONSTÂNCIA, “LAZINHO” – da Delegacia de Ordem Social do DEOPSSP em 1969. Ex-jogador de futebol profissional.
      DELEGADO DE POLÍCIA SÉRGIO FERNANDO PARANHOS FLEURY – “COMANDANTE BARRETO” – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP desde 1969. Atualmente é titular dessa delegacia e tido Omo chefe do esquadrão da morte.
      DELEGADO DE POLÍCIA ERNESTO NILTON DIAS – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1970. É tido como membro do esquadrão da morte.
      INVESTIGADOR SÁLVIO FERNANDES MONTES – da Delegacia de Ordem Social da DEOPS/SP em 1970. É tido como membro do esquadrão da morte.
      INVESTIGADOR RUBENS DE SOUZA PACHECO – “PACHEQUINHO” – da Delegacia de Ordem Social em 1969.
      TENENTE DO EXÉRCITO AGOSTINHO DOS SANTOS NETO – chefe da equipe  de torturas do PIC do Batalhão de Polícia do Exército de São Paulo (BPE/SP) em 1971.
      SEGUNDO TENENTE DO EXÉRCITO AFONSO MARCONDES – do Serviço Secreto do Exército, Serviu no Quartel de Lins-SP em 1973.
      DELEGADO DE POLÍCIA RAUL NOGUEIRA, “RAUL CARECA” – Delegado do DEOPS/SP, comissionado no CODI/DOI (OBAN) em 1969. Pertenceu ao CCC.
      MAJOR DO EXÉRCITO GOMES CARNEIRO – do CODIGE em 1970. Era tenente em 1968, quando serviu no 12º BI (Belo Horizonte – MG).
      CORONEL DO EXÉRCITO FIÚZA DE CASTRO – Comandante do CODI/GB em 1975. Posteriormente foi Secretário de Segurança Pública do Estado da Guanabara. Atualmente é General.
      CORONEL DE INFANTARIA DO EXÉRCITO ENY DE OLIVEIRA CASTRO – comandante do 10º BC, em Goiânia em 1972.
      DELEGADO DE POLÍCIA PEDRO CARLOS SELLIC “MAJOR” – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      INSPETOR NILO HERVELHA, “SILVESTRE” – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      ENERINO DAIXET , “CONFESSÁRIO GALÔ – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      ITACY OLIVEIRA, “MÃO DE FERRO”, “MÃO DE ONÇA” – do DOPS/RS  no período de 1970/72. É investigador.
      ÊNIO HELICH COELHO, “TIO ÊNIO” – do DOPS/RS no período de 1970/72.   É investigador.
      INSPETOR OMAR GILBERTO GUEDES FERNANDES – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      IVO SEBASTIÃO FISCHER – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      PAULO ARTUR, “INPETOR EDUARDO” “MANECO” – do DOPS /RS em 1970. Serve a vários outros órgãos repressivos em outros estados.
      INSPETOR LUIS CARLOS NUNES – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      MAJOR E CAVALARIA DO EXÉRCITO DINALMO DOMINGOS – chefe de equipe de tortura na 7ª Cia. De guardas de Recife em 1964.
      CAPITÃO DE ARTILHARIA DO EXÉRCITO NISMACK BARACUÍ ANÂNCIO RAMALHO – da 7ª Cia. De guardas do Recife em 1964.
      INVESTIGADOR LUIS DA SILVA – da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco em 1965.
      NVESTIGADOR ABÍLIO PEREIRA – da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco em 1965.
      DELEGADO DE POLÍCIA TACIR MENEZES SIA – do Departamento  de Vigilância Social (DVS, ex DOPS) em Minas Gerais no período de 1964/70.
      GENERAL DE DIVISÃO ANTONIO BANDEIRA – do PIC de Brasília no período de 1970/73. Atualmente é comandante da 4ª RM (Juiz de Fora – MG).
      DELEGADO DE POLÍCIA JOSÉ XAVIER BONFIM – do DPF/GO desde 1964. Atual chefe desse departamento.
      DELEGADO DE POLÍCIA JESUS FLEURY – do DPF/GO no período de 1964/72.
      CAPITÃO DE INFANTARIA DO EXÉRCITO SÉRGIO SANTOS LIMA – do 10º BC/GO em 1972.
      CAPITÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ ASTROGILDO PEREIRA SAMPAIO – diretor do DOPS/Piauí no período de 1968/69.
      CAPITÃO DE ARTILHARIA DO EXÉRCITO ORESTES, “CAPITAO RONALDO”, “FARIA” – chefe da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período 1971/73. Oficial da turma de 1957. Atualmente é major.
      “EDGAR” – da equipe de análise do CODI/DOI (OBAN) desde 1972. Em 1971 usava o nome de “Capitão André” e participava dos interrogatórios        naquele mesmo destacamento. É capitão do exército.
      “CRISTOVÃO” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) em 1971.
      “DR. NEI” – chefe de investigação e análise do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/73.
      “BISMACK” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/73. Oficial da Marinha.
      CAPITÃO CASTILHO – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/73.
      “ÁTILA” – chefe da equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1972.
      “CAIO”, “ALEMÃO” – chefe da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) em 1971; equipe A de interrogatório no período de 1972/74. É delegado de polícia.
      “CAPITÃO HOMERO” – chefe da equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1974.
      “DOUGLAS” – da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1974.
      “GALVÃO” – da equipe de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1974
      DELEGADO RAUL – da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/70. Já foi delegado de polícia em São Carlos – SP.
      ESCRIVÃO DE POLÍCIA CAETA, “NANGABEIRA” – da equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) desde 1969.
      “CAPITÃO LISBOA” – chefe da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1971. Não se trata do Delegado Davi dos Santos Araújo, citado anteriormente.
      “PEDRO”, “DKW” – carcereiro e interrogador do CODI/DOI (OBAN) no período de 1970/71. É soldado da Polícia Militar de São Paulo.
      SOLDADO DA AERONÁUTICA ROBERTO, “PADRE” – carcereiro do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/71. Posteriormente passou à equipe B de interrogatório desse destacamento, onde permaneceu até 1972. Hoje é cabo. Membro do CCC.
      “CASADEI”, “NUNEZ”, “ALTAIR” – carcereiro da equipe B do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/ 74.   Em 1971 foi da equipe de busca do mesmo órgão.
      “DR. JOSÉ” – chefe da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/74.
      “JACÓ” – da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/74. É cabo da Aeronáutica.
      “ÊNIO”, “MATOS” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1971. Em 1972 passou à equipe A de interrogatório, é tenente da PM de São Paulo.
      “DR. JORGE” – chefe da equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/74.
      “CAPITÃO PAULO” – chefe da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1974 foi capitão do exército. Descendente de coreanos.
      “DUROK” – da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1974.
      “CAPITÃO UBIRAJARA” – chefe da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) desde 1972. E capitão do Exército.
      “TENENTE SAMUEL” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1974.
      “DR. NOBURO”, “KUNG FU” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN)  em 1974. É nissei.
      “CAPITÃO AMACI” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de fevereiro de 1971 a fevereiro de 1972.
      DIRCEU, “JESUS CRISTO”, “JC” – da equipe A de interrogatório do CODI/DOi (OBAN) no período de 1971/72. Anteriormente foi fotógrafo de interrogatório no DEOPS/SP em 1970.
      SARGENTO DO EXÉRCITO CARLOS “NARIO” – da equipe C do CODI/DOI (OBAN) no período de 1970/74. Em 1971 foi chefe de equipe de busca. Campeão de tiro ao alvo em torneiro militar. É gaucho.
      “TENENTE FORMIGA” – da equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN em 1970/71.
      SEGUNDO TENENTE DO EXÉRCITO PORTUGAL – do PIC do BPE/SP; comandante interino desse pelotão em 1971.
      SARGENTO DO EXÉRCITO CHAVES – do PIC do BPE/SP em 1971.
      “OBERDAN”, “ZÉ BONETINHO” – da equipe C de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) desde 1970. É cearense.
      SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DE SP MAURÍCIO, “ALEMÃO” – auxiliar de carcereiro e interrogatório da equipe C do CODI/DOI (OBAN) desde 1970. Residia em Osasco/SP.
      CAPITÃO DA POLÍCIA DE SP TOMAS, “TIBÚRCIO” – da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/70. Em 1971  passou a coordenador geral das equipes de busca.
      “PENINHA” – escriturário do CODI/DOI (OBAN) e carcereiro substituto em março de 73.
      AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL AMÉRICO –         comissionado no CODI/DOI (OBAN) em 1969, em equipe de interrogatório. Posteriormente foi chefe de carceragem no DPF/SP.
      “MARCHAL” – carcereiro da equipe C do CODI/DOI (OBAN) desde 1969.
      “DR. TOMÉ”, “CAPIVARA”, GAGUINHO” – da equipe A de interrogatório do CODI/DOI
      “CAPITÃO CABRAL” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1973. Em 1974 passou para a equipe C.
      “INDIO” – enfermeiro da equipe B do CODI/DOI (OBAN) no período de 1970/74 . É do exército, e do Estado do Acre.
      NARTELI – enfermeiro da equipe A do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/74. É do Exército.
      “ZORRO” – do DEOPS/SP em 1971. É investigador de polícia.
      INVESTIGADOR MÁRCIO – do DEOPS/SP em 1971.
      INVESTIGADOR LUÍZ – do DEOPS/SP em 1971.
      “FINOS” – do DEOPS/SP em 1971. É investigador de polícia.
      “CARLINHOS METRALHA” – da equipe de investigadores do delegado Fleury na Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP desde 1969.
      “GAUCHO” – chefe de investigação (de investigadores) do DEOPS/SP em 1969.
      CABO DO EXÉRCITO GIL – carcereiro do CODI/DOI (OBAN) em 1970.
      CORONEL DO EXÉRCITO ZAMICH – comandante do CODI/DGB em 1970.
      SOLIMAR – do CINEMAR/GB há vários anos. É oficial da Marinha.
      CABO DO EXÉRCITO LELIS – recrutado para o CODI/GB  quando servia no BPE/GB em 1970. É catarinense.
      “BAIANO” – investigador do DOPS/GB comissionado no CODI/DOI (OBAN) em 1970.
      “FLAVIO”, “ROBERTO” – do CODI/GB  em 1970  . Veio para São Paulo em 1973, onde assumiu a chefia do “Grupo Especial” do CODI/DOI (OBAN). Esse grupo acumula as funções de interrogatório, análise, investigação e captura. É capitão do Exército.
      INVESTIGADOR PIRES – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      “TONIO”, “CATARINA”, “GOURMET” – do DOPS/RS no período de 1970/72. É investigador.
      INVESTIGADOR CÉSAR “CHISPA” – do DOPS/RS  o período  de 1970/72.
      INVESTIGADOR CARDOSO, “CARDOSINHO” – do DOPS/RS no período de 1970/73.
      “CHAPEU” – do DOPS/RS no período de 1970/72. É investigador de polícia.
      INSPETOR JOAQUIM – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      KELO – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      MAJOR DO EXÉRCITO ÁTILA – do Centro de Informação do Exército (CIEx/RS, atualmente em Brasília).
      TENENTE DO EXÉRCITO FLEURY – do 3º BEC NEC em Porto Alegre (RS) no período de 1970/72.
      INVESTIGADOR FELIPE, “BOCO NOCO” – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      CAPITÃO DO EXÉRCITO ORLANDO – do 12º BI em Belo Horizonte (MG) em 1968.
      INVESTIGADOR FREDERICO – do DVS (ex-DOPS) /MG, no período de 1964/70.
      ESCRIVAO ARIOVALDO – do DVS (ex-DOPS/MG) em 1968.
      SARGENTO DO EXÉRCITO ARRAES – do quartel de Lins (SP em 1973).
      “PIAUI” – do CODI/Brasília em 1972.
      “BUGRE” – do PIC do BPE/Brasília em 1972. É tenente do Exército.
      CABO DO EXÉRCITO TORREZAN – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      CABO DO EÉRCITO CALEGARI – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      CABO DO EXÉRCITO MARTINS – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR DE GO. NARRA – delegado de polícia em Xambioá (GO) em 1972.
      MAJOR DO EXÉRCITO OTHON – comandante do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      SARGENTO DO EXÉRCITO VASCONCELOS – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      SARGENTO  DO EXÉRCITO RIBEIRO – do PBE/Brasília em 1972.
      CAPITÃO DO EXÉRCITO MADRUGA, “MEIRELES” – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      CABO DO EXÉRCITO EGON – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      CAPITÃO PARAQUEDISTA DO EXÉRCITO MAGALHÃES – da Brigada de Páraquedistas do Rio de Janeiro. Encarregado de atividades repressivas na região do Xambioá (GO), em 1972.
      CABO DO EXÉRCITO NAZARENO – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      SARGENTO DO EXÉRCITO AVRO – do 10º BC de Goiânia (GO) em 1972.
      “RUBENS” –  da equipe A de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/74.
      “ROMUALDO” – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) no período de 1973/74.
      NALHÃES – do CIEx/RS, com atividades também em outros Estados, no período de 1970/72. É oficial do Exército.
      “TURCO” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/74  e também auxiliar de carceragem. É soldado da Polícia Militar de São Paulo.
      “SATANÁS” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN)   no período de 1971/72. Também auxiliou nos espancamentos.
      “SANTANA” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/73. Também auxiliava nas torturas.
      “LEÃO” – chefe da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      SOUZA, SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO – auxiliar de carceragem do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      SARGENTO DO EXÉRCITO FERRONATO – do quartel de Lins (SP) em 1973.
      DELEGADO DE POLÍCIA RENATO D’ANDREA – delegado do DOPS/SP comissionado no
      CODI/DOI (OBAN) desde 1970. Em alguns períodos atua no DEOPS/SP, onde foi chefe de uma equipe de investigadores na Delegacia de Ordem Social. Em outros, atua no CODI/DOI (OBAN), onde atualmente é responsável pelo setor de apreensão de material.
      DELEGADO DE POLÍCIA FÁBIO LESSA – do DEOPS/SP, no período de 1969/71. Atualmente é Diretor do Presídio para policiais civis detidos, localizada anexo à Penitenciária do Estado de São Paulo.
      DELEGADO DE POLÍCIA ROBERTO CARDOSO DE MELLD TUCUNDUVA – do DEOPS/SP no período de 1969/70.
      DELEGADO DE POLÍCIA ROBERTO GUIMARÃES – do DEOPS/SP no período de 1969/71.
      DELEGADO DE POLÍCIA VALDIR SIMONETI – do DEOPS/SP em 1969.
      DELEGADO DE POLÍCIA VALTER FERNANDES – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1969.
      DELEGADO DE POLÍCIA IVANIR DE FREITAS GARCIA – diretor do DEOPS/SP em 1969. Atualmente é deputado federal por São Paulo.
      DELEGADO DE POLÍCIA LUIZ GONZAGA SANTOS BARBOSA – diretor de carceragem do DEOPS/SP no período de 1970/71. Atualmente diretor da Penitenciária do Estado de São Paulo.
      DELEGADO BENEDITO NUNES DIAS -  diretor do DEOPS/SP em 1969, foi substituído   por Ivahir de Freita Garcia.
      DELEGADO DE POLÍCIA DÉCIO NEGDA – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1971. Posteriormente foi preso por corrupção.
      DELEGADO DE POLÍCIA FAUSTO MADUREIRA PARÁ – do DEOPS/SP no período de 1971/72.
      DELEGADO MARANHÃO – do DEOPS/em 1974.
      DELEGADO DE POLÍCIA ACRA – do DEOPS/SP no período de 1971/72.
      DELEGADO DE POLÍCIA DAVID HAZAN – do Departamento de Vigilância Social (DVS ex-DOPS) , em Minas Gerais, no período de 1964/72.
      DELEGADO DE POLÍCIA MARCO AURÉLIO – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      DELEGADO DE POLÍCIA FIRMINO LOPES CARDOSO – do DOPS/RS no período de 1971/72.
      DELEGADO DE POLÍCIA VALTER – do DOPS/RS no período de 1971/72.
      DELEGADO DE POLÍCIA CLÁUDIO ROCA – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      INVESTIGADOR ASTORIGE CORREA DE PAULA E SILVA, “CORREINHA” – do DOPS/SP em 1971, onde auxiliava nos interrogatórios. É tido como membro do esquadrão da morte.
      INVESTIGADOR ADEMAR AUGUSTO DE OLIVEIRA, “FININHO” – do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DHIC) de São Paulo. Torturou presos políticos no DEOPS/SP; em 1971, quando lá se encontrava oficialmente preso. É tido como membro do Esquadrão da morte.
      INVESTIGADOR JULIO CÉSAR RIBEIRO CAMPOS – da delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP, em 1969.
      ODILON RIBEIRO CAMPOS FILHO – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1969.
      INVESTIGADOR VENCESLAU SÁ SOBRINHO – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1971, onde desempenhava a função de escrivão. Posteriormente preso por corrupção.
      INVESTIGADOR MIGUEL JOSÉ OLIVEIRA – da Delegacia de Ordem Social do DEOPS/SP em 1971, onde fazia parte da equipe do delegado Fleury.
      “GOIANO” – do DEOPS/SP em 1971. É investigador de polícia.
      “CAIORCA” – chefe dos investigadores do DEOPS/SP a partir de 1970.
      “ALCEDÍADES” – carcereiro do DEOPS/SP desde 1969.
      SARMENTO – carcereiro do DEOPS/SP desde 1969.
      MAURÍLIO – carcereiro do DEOPS/SP no período de 1969/71. Atualmente é guarda da Penitenciária do Estado de São Paulo.
      DIRCEU – carcereiro do DEOPS/SP desde 1969.
      ELÓI – carcereiro do DEOPS desde 1970.
      ADÃO – carcereiro do DEOPS/SP desde 1969.
      AUGUSTO – carcereiro do DEOPS/SP desde 1970.
      LEÃO – carcereiro do DEOPS/SP no período de 1970/74.
      MONTEIRO – do DEOPS/SP em 1974. É investigador.
      CABO DA PM DE SP SILAS BISPO FECH, “FLECHA” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) até 20 de janeiro de 1972.
      “SAMUEL”, “SAMUCA”, “BENJAMIN” – carcereiro da equipe do CODI/DOI (OBAN) desde 1974.  Anteriormente foi auxiliar de carceragem. É soldado da Polícia Militar de São Paulo.
      LIMA – da equipe de análise do CODI/DOI (OBAN) em 1972. É do Exército.
      FÁBIO – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      “RINCO” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      SARGENTO DA PM DE SP DULCÍDIO VANDERLEI BOCHILA, “JUIZ” – do CODI/DOI (OBAN) no período de 1972/73, onde exercia a função de escriturário. É juiz de futebol.
      CAPITÃO DO EXÉRCITO ROBERTO PONTUSCHLOA FILHO -   do CODI/DOI (OBAN) no período de 1969/70. No segundo semestre de 1971 foi do Conselho Permanente da 2ª Auditoria da 2ª CJN.
      CAPITÃO DO EXÉRCITO PEDRO IVO MOÉZIA LIMA – responsável pela Secção Administrativa do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      PAULO HENRIQUE SAWAIA JUNIOR – da Coordenação do CODI/DOI (OBAN). Arrecadou finanças entre os industriais para a sustentação daquele órgão. Participou de equipes de buscas.
      DELEGADO CAVALLART – delegado do DEOPS/SP comissionado no CODI/DOI (OBAN) em 1970.
      “BEÊ JOHNSON” – investigador do DEOPS/SP comissionado no CODI/DOI (OBAN) em 1970.
      TENENTE LOTT, DA PM DE SP – chefe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72. Anteriormente foi comandante da guarda de Recolhimento de Presos Tiradentes.
      SIDNEI – carcereiro do CODI/DOI (OBAN) em 1971.
      SOLDADO DA PM DE SP, DINIZ, “QUINCAS” – auxiliar de carceragem do CODI/DOI (OBAN)  desde 1970.
      GABRIEL, SOLDADO DA PM DE SÃO PAULO – auxiliar de carceragem do CODI/DOI (OBAN)  desde 1970.
      ROSSI, SOLDADO DA PM DE S. PAULO – “Luiz” – auxiliar de carceragem do CODI/DOI (OBAN) desde 1971.
      SODRÉ, SOLDADO DA PM DE SÃO PAULO – auxiliar de carceragem e torturas no CODI/DOI (OBAN) desde 1971.
      “MICHURA” – auxiliar de carceragem do CODI/DOI (OBAN) desde 1972.
      “CHANO” – auxiliar de carceragem do CODI/DOI (OBAN) desde 1972.
      ABEL, CABO DO EXÉRCITO “FOGUINO”, responsável pelo “rancho” do CODI/DOI (OBAN) em 1971. Em 1972 passou à equipe de busca. É pernambucano de Canhotinho.
      “MARINHEIRO” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/72.
      “LOPES” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/73.
      “BAMBU” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) no período de 1971/73.
      “SIMAS” – da equipe de busca do CODI/DOI (OBAN) em 1972. É vendedor de livros.
      “SÍLVIO” – da equipe B de interrogatório no período de 1972/73 no CODI/DOI (OBAN).
      EDUARDO – da equipe B de interrogatório do CODI/DOI (OBAN) em 1973.
      DELEGADO DE POLÍCIA LAUDELINO COELHO – diretor do DPF/Ceará no período de 1968/72.
      AGENTE UBIRATAN LIMA – do DPF/Ceará no período de 1964/70.
      MAJOR DO EXÉRCITO, DIMIURGO – do CODI/GB em 1970.
      MAJOR DO EXÉRCITO DALMATURGO – da Brigada de Paraquedistas do Rio de Janeiro, Participou de atividades repressivas na região de Xambioá (GO) em 1972.
      COMISSIONÁRIO MARIO BORGES – do DOPS/GB em 1970.
      NELSON SARMENTO – do CINEMAR e DVS (ex-DOPS) MG, desde 1964.
      SAKAI, SARGENTO DO EXÉRCITO – do PIC do EPE/SP em 1971.
      ALCIBÍADES, SARGENTO DO EXÉRCITO – do PIC do BPE/SP em 1971.
      CLÁUDIO – do CINEMAR/GB há vários anos.
      “DR. CÉSAR” – do CODI/GB em 1972.
      ESCOLARIC – do DVS (ex-DOPS) MG, no período de 1968/70.
      MACHADO – do DOPS/RS no período de 1970/72.
      “FELIPÃO” – do DVS (ex-DOPS/MG) em 1971. É investigador de polícia.
      “PADRE” – do DPF/SP em 1970.
      MARCELO, TENENTE DO EXÉRCITO – do 12º RI, em Belo Hirozonte, MG, em 1971.
      NOGUEIRA, SARGENTO DO EXÉRCITO – do PIC do BPE/Brasília em 1972.
      THOMPSON, TENENTE DO EXÉRCITO – do 10º BC, em Goiânia, em 1972.
      ARI, CORONEL DO EXÉRCITO – do BPE/Brasília no período de 1970/72.
      “CASCAVÉL” – agente do DPF/Goiás, em 1972.
      “CARAJÁ” – agente do DPF/Goiás, em 1972.
      “TONHO” – agente do DPF/Goiás, em 1972.
      Leia também:
      Militares pela Comissão da Verdade: “Onde estão os corpos dos mortos?”

       




Combativo protesto percorre as ruas do Rio de Janeiro no Dia Internacional da Mulher Proletária
 Enviado por patrickgranja em 15/03/2012 Jornal A Nova Democracia

 No último dia 8 de março, centenas de mulheres camponesas, operárias, estudantes e lutadoras do povo caminharam pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro em uma combativa manifestação no Dia Internacional da Mulher Proletária. Organizado pelo Movimento Feminino Popular, o ato teve como sua principal bandeira a punição para os torturadores do regime militar. Cerca de 400 pessoas participaram da manifestação, que saiu do Campo de Santana e terminou em frente ao Clube Militar. No local, inúmeras intervenções denunciaram os crimes do regime militar e lembraram a importância do Dia Internacional da Mulher Proletária. No final do ato, o Clube Militar foi alvo de várias garrafas com tinta vermelha. Cor do sangue de milhares de heróis do povo brasileiro, derramado durante vinte anos nos sombrios porões do regime militar fascista. Acesse http://www.anovademocracia.com.br ___________________________________________ To buy the raw footage from the video above, please contact us by phone: 55 (21) 2256-6303, or by email: anovademocracia@gmail.com.br . Our videos are filmed by qualified professionals, well known in popular movements, from the slums to the universities. Help the democratic and popular press, help AND. Para comprar as imagens não editadas do vídeo acima, entre em contato conosco pelo telefone (21) 2256-6303 ou pelo email anovademocracia@gmail.com.br . Nossos vídeos são filmados por profissionais qualificados e notórios nos movimentos populares, das das favelas às universidades. Apoie a imprensa democrática e popular. Apóie AND. 


28 de Março de 2012 - 8h57

Ultradireita e torturadores organizam ato pró-ditadura militar


A convocação dos oficiais aposentados para um ato público em favor da ditadura militar, nesta quinta-feira às 15 horas, horário semelhante ao dos manifestantes que tomarão a Cinelândia em uma manifestação de apoio à Comissão da Verdade, ganha contornos de uma paródia ao enfrentamento nos moldes conhecidos durante os anos de chumbo.


Por e-mail, em mensagens apócrifas, militares afastados das tropas por alcançar idades acima dos 65 anos, apresentar problemas de saúde ou psicológicos, usam dos velhos jargões dos governos ditatoriais na tentativa de convocar simpatizantes a uma campanha denominada por eles “Brasil acima de tudo”.
Com base no manifesto em que os sócios do Clube Militar, instituição ligada à ultradireita, com sede no Centro da cidade, tentaram pressionar – sem sucesso – a presidente Dilma Rousseff para não seguir adiante com as investigações de abusos e tortura de prisioneiros durante o regime de 1964, os indivíduos que já não usam mais a farda e passam o tempo entre uma e outra conspiração contra a democracia, apelam aos aliados daquela era na tentativa de arregimentar apoiadores à palestra do general Luiz Eduardo Rocha Paiva – figura conhecida nos porões dos antigos DOI-Codi e Cenimar, centros de referência na tortura e morte de prisioneiros políticos no Brasil.
“Creio ser um assombro a luta de alguns poucos no sentido de abrirem os olhos da sociedade! Eles serão mártires ou heróis desta luta insana! De qualquer forma, que Deus os ilumine pela verdadeira guerra que fazem com as armas da crítica e do esclarecimento. Se cometerem algum erro, que tenham a certeza, ele será irrelevante no contexto do bom combate que travam, pois seu alerta está sendo dado!”, diz o texto, apócrifo, do “chamamento” que distribuem na web. Segundo os organizadores, policiais alinhados à extrema direita, integrantes de clubes de serviço que, na época da ditadura, apoiaram o regime militar, membros do grupo fascista Tradição, Família e Propriedade (TFP) e maçons que apoiaram o regime imposto pela força das armas deveriam ser convocados para comparecer ao Clube Militar.

Na mensagem, ditam como cada um dos ex-integrantes das Forças Armadas deveria atuar, na busca de mobilizar alguns incautos para uma reação à Comissão da Verdade.


“1 – Para tirar cópia do chamamento (…) na copiadora – 15 minutos. Quem preferir gastar alguns centavos, tire cópias no comércio local e distribua pelo menos nas caixas de correspondência de seus edifícios.
2 – Quantos parentes sem e-mail já foram contatados pelo telefone? – 30 minutos;
3 – Já telefonaram ou passaram e-mails para os conhecidos das (sic) polícias militares? – 15 minutos;
O Lions e o Rotary da cidade já estão por dentro da campanha, telefonema ou e-mail? 10/15 minutos;
4- A loja maçônica da cidade já está por dentro da campanha, telefonema ou e-mail? – 10/15 minutos.”
 
A mensagem, sem nenhuma assinatura, em tom de ameaça, alega ainda que os antigos militares não podem “entregar o ouro ao bandido vermelho, de graça”, talvez em referência à ação guerrilheira do Partido Comunista do Brasil e de outras vanguardas revolucionárias da resistência, que terminaram por determinar o fim da ditadura no país, com o apoio de toda a sociedade civil. Ainda segundo o texto, “depende das comunicação que vocês lograrem, por e-mail ou telefone, com os “‘Lions’, ‘Rotary’, ‘lojas maçônicas’, ‘TFP’ e assemelhados”, sem citar o que seriam estes últimos.

Sem dentes


Para alguns dos organizadores da manifestação em apoio à Comissão da Verdade, convocada pelas redes sociais em uma mensagem transmitida, por vídeo, pelo cineasta Silvio Tendler, essas “manifestações malucas que circulam pela internet” não significam um perigo real para a realização do ato convocado para as 14 horas, em frente ao Clube Militar, na Avenida Rio Branco, nesta quinta-feira.


“São leões sem dentes. Rugem, fazem barulho, mas já não mordem mais ninguém” – concluiu um dos ativistas, que prefere não se identificar “para não jogar mais lenha na fogueira”.


Procurado pelo CdB, o presidente do Clube Militar, general aposentado Renato Cesar Tibau da Costa, sequer respondeu às ligações.



Fonte: Correio do Brasil

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