Tiros em Columbine
             Há pouco assisti ao excelente “ Fahrenheit 9/11 ”, de Michael Moore.  No filme o Diretor deixa claras as relações entre a família Bush e a Família Bin  Laden, da Arábia Saudita, espantando-se com a série de equívocos, detalhes mal  explicados pelo governo estadunidense como a providência da retirada de toda a  família de Osama Bin Laden logo após o atentado de 11 de setembro de 2001 e as  reuniões entre representantes dos interesses da Família Bin Laden e o próprio  Jorge Bush (pai). Inquietante e faz-nos refletir em torno de teorias  conspiratórias, mas não há como negar: a primeira eleição de Jorge W. Bush (o  pequeno) foi complicada e polêmica. Claramente o vencedor foi o democrata Al  Gore mas autoridades nomeadas por Jorge Bush (pai) providenciaram a “vitória” de  Bush filho. Sua popularidade estava ao rés-do-chão quando do atentado às Torres  Gêmeas, o World Trade Center. A partir daquele evento praticamente  toda a nação ianque se uniu em torno do seu dirigente demente. No segundo turno  Bush – segundo abalizados analistas – estava completamente sem chances. Um  pronunciamento de 
osama bin laden dias antes da votação foi providencial para garantir seu “second term” – segundo mandato. Tudo isso é muito suspeito...
            Conversava sobre estas coisas com  meu Amigo Paulo Flamínio na Redação do Democrata e ele me chamou a atenção para  um outro filme de Michael Moore, anterior ao “Fahrenheit”, bem  oportuno neste momento em que se debate a questão da proibição ou não da  comercialização de armas de fogo: “Tiros em Columbine”, de 2002.  Selecionado pelos organizadores do Oscar como “Melhor Documentário do Ano”, ao  receber o prêmio em 2003, Michael Moore chamou ao palco seus colegas de produção  e discursou informando que ele e sua equipe de produção “gostam de não-ficção,  mas vivem em tempos fictícios, onde resultados fictícios das eleições americanas  elegeram um presidente fictício”.
            Ovacionado por uns e execrado por  outros, pessoas intransigentes em sua busca pela verdade, como Moore, tendem a  ser consideradas polêmicas mesmo...
O fato e a abertura chocante
             No dia 20 de abril de 1999, dois jovens estudantes entraram fortemente armados  na biblioteca de uma escola pública na pequena Columbine – Littleton – Colorado,  mataram doze colegas e um professor, suicidando-se em seguida. Este o mote do  filme: tentar compreender os motivos de tanta violência gratuita, absurda e  vastamente disseminada na sociedade estadunidense.
            Desnecessário enfatizar que não  foram armas compradas legalmente, pois os jovens eram menores de idade e não  tinham licenciamento, mesmo para a liberal legislação estadunidense.
            O fato é que os cidadãos da Nação  mais belicosa do mundo têm motivos de sobra para viver sobressaltados, em  permanente estado de temor e tremor.
            A seqüência de abertura tem um tom  fortemente sarcástico: a montagem a partir de um outro filme propagandístico da  Indústria Armamentista estadunidense apresenta um militar informando que a  Associação Nacional do Rifle – hoje presidida por ninguém menos que Charlton  Heston (Ben Hur, Os Dez Mandamentos...) – “produziu um filme que você  considerará de grande interesse”. A seguir, ao som do “Battle Hymn of The  Republic” (aquela que tem por refrão: “Glory, Glory, Alleluja, The  truth is marching on!”) a narração do próprio Michael Moore informa de  um dia normal nos Estados Unidos da América – o fazendeiro atua em sua lida, o  entregador de leite cumpre o seu papel social, o presidente bombardeou mais um  país cujo nome mal conseguimos pronunciar, a professora recebe sua turma para  mais uma manhã de aulas e dois estudantes saem para jogar boliche às 6h da  manhã.         A seguir algo surpreendente: o North Country Bank,  de Michigan, oferece um rifle gratuito a quem abrir uma conta. Moore abre a  conta e sai da agência ostentando o rifle no ombro.

- Lançamento desconhecida (2h 0min)
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